Mariana Cocuzza, médica especialista em ginecologia e obstetrícia, defende a liberdade feminina como item crucial para a saúde
Da menarca à menopausa, são inúmeras as transformações que o corpo da mulher enfrenta no decorrer da vida e, em cada uma delas, mudam os questionamentos: qual a diferença da primeira menstruação para a última? Qual o melhor método contraceptivo? Quando ir ao ginecologista pela primeira vez? A fim de promover o autoconhecimento feminino e uma vida saudável, a médica ginecologista e obstetra Mariana Cocuzza, empenhou-se ao longo dos anos para fazer do seu consultório um ambiente seguro, onde as mulheres possam se sentir confortáveis para lidarem com suas questões clínicas e pessoais.
A saúde feminina é um assunto complexo e, infelizmente, ainda repleto de tabus, que, aos poucos, vêm sendo discutidos nos consultórios e fora deles. Além das questões ginecológicas, a saúde feminina contempla o bem-estar físico, mental e emocional. Pois, apesar das mulheres serem mais da metade da população brasileira – 51,1%, segundo o IBGE – os cuidados com a saúde feminina são recentes. As políticas e protocolos relacionados ao tema passaram a existir há pouco mais de três décadas.
O funcionamento do corpo feminino tem peculiaridades quando comparado ao organismo masculino. Cada mulher possui necessidades específicas em relação à sua saúde e bem-estar. Além disso, existem recomendações gerais, como o acompanhamento e o cuidado com a saúde ginecológica, que são importantes para garantir a qualidade de vida e devem começar desde cedo, junto à primeira menstruação.
“Eu gosto muito de trabalhar com mulheres, especificamente com adolescentes. Como profissional, eu acabo tendo um trabalho contínuo com as minhas pacientes. Começamos na primeira consulta ao ginecologista, passamos pelo acompanhamento da gestação e o parto e vamos até a menopausa. Como as mães dessas adolescentes sempre acompanham suas filhas e também passam por transformações, eu acabo atendendo essas mulheres também durante o climatério e menopausa”, comenta a ginecologista.
Neste cenário, nunca foi tão importante trazer à luz outros temas que vão além da gestação e do parto, como foi feito por tantos anos. A saúde feminina é ampla e precisa de atenção minuciosa, para que cada vez mais mulheres possam se sentir livres para cuidarem do seu corpo e fazerem suas escolhas. Para Mariana, as mulheres precisam aceitar o seu pluralismo e romper com o padrão imposto pela sociedade: “Minha missão é que elas sejam felizes e livres, seja como for: casada, solteira, separada, mas com saúde. Quero ajudar minhas pacientes a aceitarem e assumirem suas escolhas. Muitas vezes a mulher fica desgostosa da vida porque faz alguma coisa que não gosta. Por isso eu acho importante equilibrar as diferentes facetas da mulher: mãe, mulher, esposa, amiga”.
Médica com mais de 23 anos de experiência, Mariana Cocuzza é formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com residência em ginecologia obstetrícia e pós-graduada no Hospital das Clínicas da FMUSP (CRM100748). Especializou-se em cirurgia minimamente invasiva e laparoscopia na mesma instituição e fez capacitação em cirurgia robótica em San José, nos Estados Unidos. Segundo ela, sua paixão pela ginecologia começou desde cedo, antes mesmo da escolha profissional.
“Eu brinco que eu fiz medicina para fazer ginecologia. Eu tinha uma amiga em Jundiaí cuja mãe era ginecologista e obstetra. Desde criança eu observava a rotina dela e ficava admirada. Durante a faculdade eu não pensei em outra coisa, eu já sabia que queria ser ginecologista ”, diz Mariana sobre a escolha da especialização.
Atualmente, faz parte do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês, Pro Matre, Maternidade São Luiz Star, entre outros e tenta conciliar a vida pessoal com os compromissos profissionais. Casada há 17 anos e mãe de dois filhos adolescentes, Mariana acredita que a maternidade colaborou positivamente para o diálogo com as suas pacientes mais jovens, assim como o lado profissional também interfere na dinâmica com os filhos.
Apesar da rotina intensa com cirurgias, partos, atendimentos em duas clínicas em São Paulo e o trabalho voluntário em duas ONG´s, ela encontrou tempo para se dedicar às suas redes sociais. A médica está presente em apps, como o Instagram, e acredita que eles se tornaram um meio de conexão entre médico-paciente: “Eu abri meu Instagram durante a pandemia, quando o fluxo de trabalho diminuiu. Quando eu ia atender uma paciente, aproveitava para me arrumar e tirar uma foto. Com isso, outras pacientes começaram a comentar que estavam felizes por saber que eu estava bem. Isso começou a me deixar contente”, diz ela.
Em um mundo globalizado, onde as pessoas têm acesso a todos os tipos de conteúdos, é fundamental contar com fontes confiáveis. Afinal, circulam muitas informações falsas na rede, inclusive sobre a área da saúde. Poder contar com especialistas que se posicionem e informem de maneira íntegra faz toda a diferença. Nas suas redes sociais, Mariana aborda assuntos relevantes para mulheres e adolescentes sobre saúde e campanhas de conscientização. “O que eu gosto de fazer no meu Instagram é fornecer informação”, comenta a médica sobre o seu posicionamento nas redes sociais.
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