Desde a venda da corretora Magliano, o economista está focando na popularização do acesso à educação ambiental e no fomento de negócios voltados para o clima
O economista Raymundo Magliano Neto, que durante muitos anos comandou a corretora Magliano, está fazendo uma mudança de vida radical. Criador da Expo Money, evento voltado para democratizar o acesso à educação financeira circulando pelas cidades brasileiras, ele sempre viveu em meio ao mercado financeiro, na empresa fundada por seu avô, que foi presidente da Bovespa, assim como seu pai, Raymundo Magliano Filho. Eles ajudaram a popularizar o mercado de capitais. Nada mais natural que o neto seguisse o mesmo caminho.
Desde que começou as transações para venda da corretora, o economista vem investindo em negócios voltados para o meio ambiente e o clima. Ele percebeu que era hora de fazer algo pelo planeta. Desde março de 2020 ele investe na startup Água na Caixa, que comercializa água em embalagens reutilizáveis, renováveis e recicláveis, além de investir parte do lucro em projetos locais voltados para o meio ambiente. Hoje Raymundo é co-fundador da Ateha, hub de negócios pelo clima, junto com Julia Maggion e Humberto Matsuda. A nova empresa é voltada para educação ambiental e para apoiar negócios que criam soluções para as questões climáticas.
“Decidi parar de só falar e comecei a colocar a mão na massa, pois vi na prática o que está acontecendo com nosso planeta. Minha família possui uma fazenda na cidade de Colina, no interior de São Paulo. Nós plantávamos laranja há 30 anos, como chovia bastante não havia a necessidade de irrigação, hoje sem a irrigação não há produção. Por que essa mudança? É claro que o clima mudou e precisamos fazer algo.”, pontua Magliano.
Ele conta que está investindo no reflorestamento da propriedade, com o objetivo de recuperar uma nascente. “Durante dez anos plantei eucalipto, que suga a água em profundidade. A fazenda fica em meio a dois rios. Um deles, que tinha cinco metros de largura, hoje tem um. Ele era profundo, hoje é raso. Há dois anos invisto na plantação de espécies nativas. É o que chamam ‘plantar água’”, explica.
Magliano defende que existe um potencial enorme a ser explorado em negócios para o clima: “A imensa maioria dos investidores e dos jovens estão se voltando para a criação de fintechs. Com certeza é uma excelente escolha, mas existe um mercado potencial para negócios pelo clima na área de foodtechs, agritechs e muito mais. A maioria das pessoas ainda não está enxergando. É possível sim ganhar dinheiro e ajudar a solucionar os problemas climáticos do planeta, e, para isso, precisamos da tecnologia, de empreendedores e, claro, de investimentos”.
Além disso, ele acredita que boa parte do problema reside na falta de informação. Magliano deseja fazer agora pela educação ambiental o que a Expo Money fez pela educação financeira.
Sobre a Ateha
Fundada em 2021, a Ateha foi criada para apoiar empreendedores com ideias de impacto para as mudanças climáticas, ajudando-os a tornar seus negócios possíveis e escaláveis, gerando retorno financeiro. Está dividida em um tripé: Ateha Escola do Clima, voltada para programas educacionais para a formação dos líderes do futuro; Ateha Aceleradora, que busca escalar startups de impacto climático e Ateha Consultoria, que ajuda empresas do mercado a potencializar o impacto positivo de seus negócios. A startup busca auxiliar empreendedores, fundos de investimento e pessoas visionárias a identificar oportunidades para gerar impacto climático. Seu objetivo final é gerar benefícios para a sociedade e o planeta através de negócios que sustentem a vida humana na Terra.
0
Leave a Comment