Após a maternidade a vida não é mais a mesma. Não há como negar. Há uma transformação completa na rotina de mães que assumem diferentes papéis – seja ajudando no homeschooling ou dando conta de reuniões de trabalho e das tarefas da casa, que parecem nunca ter fim.
A tal culpa materna existe, isto é um fato, mas ter um emprego, muitas vezes, se faz necessário, além de ser uma forma de muitas mulheres se sentirem vivas e realizadas não só no círculo familiar. A pluralidade que envolve a realidade de muitas brasileiras é incrível e cada uma delas caminha rumo ao que sonham para as suas vidas, sem deixar a família de lado.
Essa é a realidade da Dra. Karina Belickas, ginecologista obstetra e mastologista. Ela, além de atuar no Hospital Santa Joana, cuidando do setor de gestação de alto risco intra-hospitalar, de gestantes e puérperas internadas por alguma complicação durante a gravidez, do ambulatório de pré-natal de alto risco, também é uma mãe dedicada aos meninos Nico (5) e João Pedro (3).
Essa realidade de ser multitarefas também se repete com a psicanalista e especialista em educação financeira Márcia Tolotti, mãe do Felipe (35), do Teo (24) e da cadelinha Moly (8); com a médica, cirurgiã plástica Meliza Moutinho, mãe dos gêmeos Pedro e Arthur, de 5 anos; com a Cris Moraes, que lidera não só a Agência de Comunicação Inteligente que leva o seu nome como a rotina da casa e dos filhos Gabriel (4) e Fernando (3) e com a advogada e presidente da ABRAF, Paula Menezes, que além de se desdobrar nos cuidados do Lucas, de apenas quatro meses, também ajuda outras pessoas a respirarem por meio do seu trabalho na associação.
No universo corporativo, as mães multitasking também estão presentes. É o caso de muitas das 1.891 mulheres que trabalham na Concentrix, multinacional de soluções de customer experience. Na companhia, muitas ocupam cargos de liderança e também compartilham dessa rotina atribulada. O mesmo acontece na Planetun, onde as colaboradoras estão em home office, se dedicando em tempo integral a ambas as tarefas: cuidar dos filhos e trabalhar. “Ser mãe no home office é dar conta do seu trabalho e ao mesmo tempo das crianças. É estar no trabalho e ajudar os filhos nas questões escolares e da casa. Mas estar por perto é muito gratificante. Ajudá-los a se desenvolver, dar a oportunidade para eles também verem como é minha rotina. Tem dias e dias, mas estamos aprendendo a superar as dificuldades, a nos adaptar”, conta Ana Gessica Ferreira, analista de triagem da Planetun.
A maternidade também pode chegar para acordar sonhos adormecidos e dar um up na carreira, como aconteceu com a Gabi Chimento, mãe do Leonardo (24), do Gabriel (17) e da Valentina (12), que atuou durante muitos anos em grandes empresas na área de marketing, mas abriu mão do universo corporativo para mudar de vida e curtir a família. Hoje, ela é uma das empreendedoras por trás da Honey Belt, marca de roupas esportivas femininas que abraça os mais diferentes tipos de corpos.
Para outras, a maternidade dá a chance de se empoderar ainda mais, como no caso da Cristina Kerr, consultora e palestrante especialista em diversidade, inclusão, viés inconsciente, liderança transformadora, cultura inclusiva e equidade de gênero. Ela é uma agente da transformação, faz a diferença no mundo dando voz para a diversidade e a inclusão e, em paralelo, cria sua filha Beatriz (15), que é fã do caminho que a mãe está trilhando por ela e todas as pessoas de sua geração.
A maternidade é única, sem fórmulas ou regras, cada mãe sabe o que precisa fazer de acordo com a sua realidade. O segredo é encontrar o equilíbrio entre todos os papéis que são assumidos e se libertar do peso de tantas cobranças. Em meio a isso tudo, é importante lembrar que cuidar da mulher que existe além da maternidade não a diminui como mãe. Afinal, o autocuidado também é uma forma de cuidar do próximo.
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