Aqui na CM somos apaixonados por séries e The Crown é uma das preferidas do nosso dream team. Na quarta temporada, a trama conta com um subplot especial para os profissionais de relações públicas e comunicação. Vem saber mais!
Não sei vocês, mas aqui na agência nós amamos uma boa série. Além de ser uma boa fonte de entretenimento, elas alimentam nossa criatividade e fazem com que tenhamos sempre um bom repertório – seja para gerar conteúdo aqui no blog ou para criar pautas bacanas para os nossos clientes.
Uma das queridinhas da equipe é The Crown, da Netflix. A série é um deleite para os apaixonados por história e nos faz viajar nos bastidores da monarquia britânica desde a coroação da Rainha Elizabeth II. As subtramas, inclusive, são o que fazem a série ser tão especial. E uma delas chamou bastante atenção da nossa equipe: a que revela certo “desentendimento” entre a rainha e seu assessor de imprensa, Michael Shea.
Alerta spoilers!
Se você não assistiu (e não liga para spoilers) ou não se lembra, no episódio 8 da quarta temporada, há um plot que traz um personagem, até então, inédito na trama: Michael Shea, o assessor de imprensa da Rainha. Até aí tudo bem, né? É claro que a rainha tem seu press secretary. Mas o que acontece na história é que é intrigante. De fato Shea existiu e esteve presente em momentos importantes da realeza, como no casamento de Diana e Charles. Porém, o assessor é mais lembrado pelo que o levou a ser demitido da realeza britânica. E tudo isso envolve as rusgas entre Margaret Thatcher e a Rainha Elizabeth II.
Como é de conhecimento geral, Thatcher foi uma política conservadora e perseguiu procedimentos como privatizar as indústrias nacionais, parar sindicatos e cortar taxas e regulamentações em grande escala. Ao que tudo indica, a Rainha não estava nada satisfeita com o direcionamento do governo Thatcher. De fato, como é mostrado na série, ambas tiveram muitos embates. E foi justamente um deles que levou à demissão de seu assessor de imprensa.
Em 1986, o Sunday Times publicou um artigo que dizia que a “Rainha estava preocupada com a indiferença de Thatcher”. A matéria afirmava que Elizabeth II não concordava com a Primeira-Ministra na maior parte dos temas. Além disso, estava preocupada com o rumo do país. No entanto, de acordo com a Constituição do Reino Unido, a Rainha não deve mostrar seu lado político, muito menos ter embates públicos com sua Primeira-Ministra. Dessa forma, a revelação do artigo era como uma grande bomba, uma crise midiática para a coroa.
Na série ficou bem claro que a Rainha deixou “vazar” essa história. A família real, claro, nega a história. E tem mais: foi revelado que a fonte era simplesmente Michael Shea, o assessor de imprensa. Não demorou para que ele fosse demitido, é claro. Shea, que escreveu um livro, faleceu em 2009, aos 71 anos.
No ponto de vista do “assessor de imprensa”, a série mostrou um pouco do nosso trabalho no dia-a-dia, as orientações e os melhores caminhos que apresentamos para o assessorado, mas como sempre o cliente – no caso, a Rainha -, resolve fazer o que quer, sem seguir nossas orientações e o circo está armado. A situação gerou um grande crise política e muita especulação que poderia ser evitada na imprensa e no final, para fazer com que o jornal embrulhasse o peixe no dia seguinte (expressão que costumamos usar quando uma notícia deixa se ser importante com o passar do tempo), o assunto foi dado como encerrado, usando o assessor como bode expiatório. Shame on you, Queen!
“Esta série dramática segue a política, rivalidades e relacionamentos da rainha Elizabeth II, e os eventos que fizeram a história”, diz a sinopse de The Crown. Se de fato essa história aconteceu, talvez nunca saberemos, mas fica a dúvida: sempre sobra para o assessor de imprensa?
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