Live com Fabiane Madeira, especialista em reputação e diretora da Éfe Reputação, marca o fim da série especial da semana da mulher sobre os desafios femininos e aborda questões importantes sobre a importância do gerenciamento de crise.
Para celebrar o Dia Internacional das Mulheres neste mês de março, reuni em uma série de lives um time composto por grande mulheres, que são especialistas em suas áreas de atuação, para discutirmos e trazermos à luz questões que são pertinentes para todas nós.
Esses encontros tinham como objetivo exaltar o protagonismo feminino e inspirar outras mulheres através de histórias reais. Abordamos temas como o poder da mente, empreendedorismo feminino e os desafios que as mulheres encontram na hora de lidar com as finanças e as carreiras.
Uma das convidadas foi head de estratégia da Éfe Reputação, Fabiane Madeira. Estudamos juntas na faculdade de jornalismo e ambas atuamos na área de comunicação e trocamos muitas experiências, já que temos na carteira de clientes muitas mulheres incríveis e inspiradoras. Refletirmos juntas sobre a construção da reputação feminina e Fabiane destacou sobre os problemas de comunicação e como eles podem afetar a reputação de uma organização.
Para ela, as marcas são feitas por pessoas, por isso, naturalmente são passíveis de erros, mas na sua visão o problema não está nesta questão, e sim, na forma como você lida, resolve e no que você faz para que o erro não se repita. Neste cenário, apesar de ser a única com mecanismos para reverter e lidar com estas situações, a comunicação muitas vezes acaba tendo um peso menor sob o olhar das empresas, sendo sempre o lado menos ouvido.
Muitas organizações recorrem às agências de comunicação apenas em situações extremas, quando já estão “respirando por aparelhos”, e a crise já está instaurada. As empresas esquecem de pensar e se preparar para isso com antecedência, desenvolvendo um plano de gerenciamento de crises e trabalhando sua a reputação, pois, se você tem uma reputação sólida no mercado, você pode ter situações vulneráveis, mas estas situações, são revertidas com um comportamento ágil.
E destaca como o processo de capital reputacional é importante nos momentos de crise e, como os profissionais de PR tem um papel significativo nisso. Ela diz, que o capital reputacional funciona como uma espécie de poupança: você vai colocando moedinhas positivas, para gerar um posicionamento positivo para a marca, assim você acumula um saldo, e quando tem um problema é como se aquelas moedas saíssem dali. Se você não tem saldo negativo, naturalmente, ficará negativo, mas se você tem moedas, o estoque será diminuído, mas não acabará.
A especialista complementa dizendo que já passou da hora das empresas entenderem que a construção de reputação precisa ser trabalhada com antecedência, não apenas quando a cor está no pescoço. O gerenciamento de crises deve acontecer como prevenção, mapeando os stalkonders, os pontos de riscos, contatos e inflexão de comunicação. Desta forma, a empresa se manterá preparada, pois independente do seu tamanho, situações complicadas podem sempre acontecer.
Quando questionada sobre a reputação feminina no cenário profissional, Fabiane, diz que a régua para as mulheres é sempre mais alta, e acha importante pontuar o que é reputação: “Reputação não é o que digo que eu sou. A reputação é aquilo que as pessoas constroem na cabeça delas, a partir de critérios e informações que são cognitivas e racionais”. Para ela, ainda vivemos em uma sociedade patriarcal que ao longo dos anos reduziu os espaços da mulher e a sua ocupação no mercado de trabalho, através de um julgamento distorcido que acarretou nos altos critérios que foram estabelecidos. Neste processo, a reeducação da sociedade é o melhor caminho para que as mulheres possam ser julgadas com a mesma régua que os homens. E, ressalva que infelizmente, as mulheres ainda precisam ter muito cuidado com a sua reputação.
Fabiane, ainda pontuou como a estruturação social na qual estamos inseridos é desequilibrada. Nós, enquanto sociedade, fomos acostumados a valorizar características masculinas e menosprezar tudo aquilo que remete ao feminino. Quando uma mulher potencializa sua essência masculina, através de posicionamento de liderança e autoridade, são taxadas de loucas.
“Devemos ter um equilíbrio entre as nossas potências femininas e masculinas. Muitos processos que conhecemos hoje, inclusive no mundo corporativo, possuem fundamentos patriarcais” acentua. Mas ela já enxerga um novo cenário, e percebe que as lideranças estão começando a valorizar as características ditas femininas, como a intuição, os relacionamentos, diversidade e divergência de ideias para a construção de novas possibilidades.
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