Segundo a ABRAF – Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas, pacientes com HAP não recebem medicamentos há quatro meses
A ABRAF – Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas informa que pacientes do Distrito Federal relataram a falta dos medicamentos Sildenafila 20mg e Bosentana, recomendados para o tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), desde janeiro deste ano. Além disso, pacientes que recebem o medicamento Iloprost pela Farmácia Judicial da Secretaria de Saúde também estão desassistidos desde o início de abril.
Os danos à saúde dos pacientes com HAP por conta da falta de medicação são imensuráveis. “A HAP é uma doença rara, grave e fatal, que afeta muito a vida dos pacientes. Imagina você sentir cansaço e falta de ar em pequenos esforços, como caminhar, subir escadas e até mesmo tomar banho e pentear os cabelos. A falta de medicamentos coloca a vida dessas pessoas em risco, e o desabastecimento no DF tem sido constante, o que é um absurdo”, comenta Flávia Lima, presidente da ABRAF.
A ABRAF registrou reclamação na ouvidoria do SUS, tem buscado contato com a Secretaria de Saúde do DF, apresentou denúncia ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e ao Ministério Público de Contas do DF. Os medicamentos são de alto custo, e a grande maioria dos pacientes não têm condições financeiras de comprá-los.
A HAP é uma síndrome que causa pressão elevada na circulação pulmonar, uma doença sem cura, que atinge principalmente mulheres de 20 a 40 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), mais de 100 mil brasileiros convivem com a hipertensão arterial pulmonar. Os principais sintomas incluem fadiga, dores no peito, vertigem, desmaios e tontura ao fazer esforço físico.
Com o avanço de estudos e pesquisas científicas na área, hoje é possível ministrar medicamentos que oferecem maior qualidade de vida às pessoas que vivem com a doença, principalmente quando a doença é diagnosticada precocemente. Caso não seja descoberta e tratada a tempo, a HAP pode causar insuficiência cardíaca e levar o paciente a óbito.
Infelizmente, ainda são muitos os desafios para os pacientes que convivem com a HAP. O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) está em processo de atualização pelo Ministério da Saúde. O atual protocolo proíbe a terapia combinada, que é o uso de mais de um medicamento no tratamento da doença. A combinação das medicações, considerando as classes terapêuticas e vias de ação, é entendida como a forma correta de abordar a estratégia terapêutica da HAP. A Abraf e as sociedades médicas com conhecimento e experiência em Hipertensão Pulmonar vêm lutando por um protocolo que atenda às necessidades dos pacientes.
Flávia Lima, Presidente da ABRAF
Flávia é jornalista, especialista em Saúde Coletiva pela Fiocruz Brasília e presidente da ABRAF.
Sobre a ABRAF
A ABRAF – Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas é uma entidade privada sem fins lucrativos, cujo objetivo é apoiar a comunidade afetada por Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas por meio de conscientização, apoio e promoção de políticas públicas. A instituição tem como missão promover políticas públicas de acesso ao tratamento adequado em nível nacional, buscando, assim, prover o mais alto nível de qualidade de vida aos pacientes. No âmbito internacional, a ABRAF possui um Memorando de Entendimento com a PHAssociation, nos Estados Unidos, contribuindo para o intercâmbio de informações e melhores práticas na condução da entidade. A instituição também faz parte Civil Society Engagement Mechanism (CSEM), movimento global da ONU que tem o intuito de construir sistemas de saúde mais fortes.
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