Objetivo do Programa é promover a diversidade em Conselhos das empresas e outras entidades brasileiras, incentivar a participação de mulheres nesses colegiados e contribuir com a longevidade e com os resultados das organizações
O Programa Diversidade em Conselho (PDeC) foi criado em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em parceria com as entidades B3, International Finance Corporation (IFC) e a WomenCorporateDirectors (WCD), com o objetivo de promover a diversidade nos Conselhos das empresas e em outras entidades brasileiras. A ideia é fortalecer e incentivar a participação feminina nesses colegiados para contribuir com a longevidade e com os resultados das organizações.
“Estamos na sexta edição do nosso programa e temos orgulho em dizer que das 139 participantes, 64% delas já assumiram assentos em Conselhos ou Comitês. A diversidade em conselhos garante inovação na tomada de decisão e resultados mais consistentes, observa Adriana Muratore, coordenadora do PDeC.
O Programa está fundamentado em três pilares: (i) mentoria individual; (ii) cursos e treinamentos online; (iii) eventos e palestras para troca de conhecimento e melhores práticas.
De acordo com Muratore, temos aprimorado o programa a cada ano. A estruturação da mentoria auxilia as PDeCquianas a perceberem a diferença de atuação entre ser uma executiva e uma conselheira. Além disso, conselheiros e conselheiras experientes sentem-se confiantes para indicar as profissionais que passaram por aqui, uma vez que, além da mentoria e do rigoroso processo de seleção, contam com capacitação estratégica com foco em governança corporativa e trocam informações relevantes sobre integridade, gestão de riscos, prestação de contas, inovação, transformação digital, questões ambientais e sociais.
O formato do programa reforça a rede de troca de informações entre participantes, entidades e organizações. “Nos bancos de dados do PDeC, do IBGC e da WCD há centenas de mulheres preparadas para ocupar os assentos em Conselho e que estão à disposição do mercado.
Queremos contribuir com a eficiência dos Conselhos e resultados das organizações com mulheres competentes em diversos setores e localizações geográficas, avalia Adriana.
Ao longo do ano são realizados ao menos seis encontros entre participantes e mentores/mentoras, seguindo a metodologia desenvolvida por Denise Casagrande e Vicky Bloch de forma exclusiva para o PDeC.
De acordo com Adriana Muratore, em nosso processo de seleção das PDeCquianas, existe uma preocupação muito grande na diversidade cognitiva e a busca por um match ideal com mentores/mentoras. “Queremos que as profissionais percebam que este é um momento extremamente valioso. Muitas estão em transição entre a carreira executiva e a atuação em Conselho. É preciso observar que existem perfis distintos e o relacionamento e a atuação nos fóruns colegiados são diferentes da vida executiva. Tudo isso é considerado durante o programa para que elas compreendam essa transição de uma forma que antecipe qualquer possível surpresa que possam vir a ter ao longo de suas performances em Conselhos”, afirma Adriana.
As inscrições para a sétima turma começam em 17 de outubro. Para mais informações sobre o PDeC e os próximos projetos que serão realizados, acesse o site do IBGC e dos outros colaboradores do programa: B3, IFC e WCD.
Primeiros resultados do PDeC:
O PDeC foi lançado em 2014 e possui 5 edições já realizadas. Atualmente está em sua 6ª edição em andamento, conta com uma turma de 33 mulheres e tem a duração de 10 meses. Contabilizamos 14,5% de mulheres em conselhos de administração em 2021, crescimento de 3% em relação ao índice anterior. Até o momento, tivemos 139 profissionais participando do Programa, 65% delas assumiram assentos em conselhos ou comitês.
Importância do PDeC/ Cenário atual
- Dados da Internacional Finance Corporation (IFC), apresentou um estudo que ter equipes sem desigualdade de gênero traz rendimentos até 20% maiores para as empresas;
- Segundo o relatório “How Stock Exchanges Can Advance Gender Equality,” Sustainable Stock Exchange Iniative, 2017, companhias com pelo menos uma diretora tem melhor desempenho no preço de ações e retorno sobre o patrimônio; empresas com mais de uma mulher na diretoria rendem 3,7% a mais por ano e ter pelo menos 30% de mulheres em posições de liderança aumenta a margem de lucro líquido em 6%;
- Dados do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) revelam que: 4,2% dentre 337 companhias têm mulheres ocupando cargos de conselheira de administração e diretoria; 61,1% têm mulheres no conselho de administração;
- Já a pesquisa Diversidade e Gênero e Raça nas Lideranças Organizacionais do IBGC, 88% das empresas possuem uma política de proibição à discriminação; 72% das pesquisadas possuem políticas de promoção à diversidade e 45% delas possuem políticas de inclusão de grupos minoritários ou sub-representados. O levantamento mostra ainda que 42% das empresas possuem indicadores de diversidade e inclusão; 84,6% das organizações não incluem indicadores de diversidade e inclusão entre as métricas de remuneração variável de seus administradores; cerca da metade das empresas não têm metas para ampliar a participação de mulheres, seja na Diretoria (51,9%) ou no Conselho de administração (56,1%) e metade das áreas de RH nunca foi demandada pelo Conselho para reportar ou desenvolver ações sobre diversidade e inclusão.
- A pesquisa Retrato da Conselheira Global, da WCD e KPMG mostra que 55% das mulheres membro de conselho estão no cargo há menos de dois anos.
Igualdade de gênero e desenvolvimento econômico
- Empresas que adotam a diversidade têm uma probabilidade significativamente maior de alcançar uma performance financeira superior a de seus pares que não o fazem. (Mc Kinsey, Diversity, 2020)
- 160 trilhões: valor que globalmente, países estão perdendo em riquezas devido a diferença de ganhos entre homens e mulheres, durante suas vidas (Grupo Banco Mundial, 2018)
- 28 trilhões: poderiam ser somados ao PIB mundial até 2025 se as mulheres tivessem o mesmo papel que os homens no mercado de trabalho (FMI).
- 99,5 anos: para acabar com a desigualdade de gênero no mundo no ritmo atual, a América Latina levará 59 anos (FMI)
- 397 bilhões: de ativos sob gestão de investidores institucionais levando em conta a desigualdade de gênero (IFC)
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