Com início das operações durante a pandemia, plataforma UICLAP democratizou o processo de publicação de livros no país com impacto social e deve faturar R$ 4 milhões em 2022
Publicar um livro no Brasil é um processo demorado e custoso e que poucas pessoas têm acesso. Pensando em democratizar o mercado editorial, os empresários Betinho Saad e Rui Kuroki fundaram a UICLAP, uma plataforma digital que permite que os autores publiquem suas obras e as comercializem sem nenhum custo. A plataforma é focada em todos os tipos de escritores: quem está começando e quem já tem materiais publicados.
“Desde o início, a ideia era construir um ambiente que desse voz a todos os brasileiros nas mais distintas localizações, independente do nível social, cultural e econômico”, explica o fundador da UICLAP, Betinho Saad. Com investimento inicial de R$ 15 mil e um novo modelo de empresa no mercado editorial, a startup começou a causar impacto no mercado editorial brasileiro, que, apesar de muito fechado, movimentou R$ 5,2 bilhões em 2020. “Mais do que isso, impactamos a vida das pessoas que sempre sonharam em publicar um livro e eram ignoradas pelas grandes editoras, abrindo portas para esses sonhos se realizarem”, conta o administrador de empresas.
Após o sucesso inicial da plataforma, que começou as operações em 2020, o grupo de investidores-anjo Poli Angels, formado por ex-alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), foi o primeiro embarcar no projeto e investiu R$ 664 mil na UICLAP, com o objetivo de ampliar os procedimentos e multiplicar o número de livros publicados até o final de 2022, com a meta de dar maior espaço a novos autores.
Atualmente, a plataforma conta com quase 8 mil escritores e mais de 15 mil livros publicados. A previsão é que, até o final de 2022, a startup atinja 25 mil títulos publicados e 14 mil escritores cadastrados. “Passamos a atender uma demanda reprimida de autores que viram na plataforma uma possibilidade de ter seu conteúdo publicado sem custo e ainda garantir uma renda familiar com a publicação. Algo que não é possível no modelo tradicional do mercado editorial”, enfatiza Saad, que revela que o último ano foi de grande crescimento e que espera triplicar o faturamento em 2022, chegando a R$ 4 milhões de reais.
Além de ser uma plataforma de publicação de livros, a UICLAP também está se tornando um espaço de criação. Um novo feature lançado em setembro permite que os autores desenvolvam as capas de seus livros, facilitando o processo de divulgação ou publicação sem nenhum custo adicional. Com a nova ferramenta, o número de novos escritores aumentou em 7%. “Um novo projeto para o futuro está em andamento. Queremos internacionalizar a operação até a startup ser uma rede social para escritores e leitores, o que irá fortalecer o efeito comunidade que a UICLAP tem”, planeja Saad.
Como funciona a UICLAP para os autores?
Os autores podem se cadastrar gratuitamente no portal e fazer o upload do seu livro na plataforma. O segundo passo é definir o valor do material. Diferente do mercado tradicional, na UICLAP, o autor define o quanto quer ganhar por título vendido. A plataforma informa o valor do custo de produção de cada unidade e, baseado neste preço, o autor só precisa inserir o valor que deseja receber por venda. O preço final será automaticamente calculado.
Após a publicação, o livro fica disponível na loja UICLAP. Os livros serão produzidos e entregues conforme as vendas, o que contribui para o meio ambiente, já que os títulos são impressos apenas depois de comprados. A plataforma não faz qualquer curadoria ou intervenção no conteúdo escrito pelo autor. A ideia é realmente ser um espaço aberto e garantir que todos possam ter seu próprio livro sem demora, custos ou barreiras.
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